quarta-feira, 30 de maio de 2007

quinta-feira, 24 de maio de 2007



















Se eu escrevo não é para que me entendam

é justamente para que eu mesmo aceite

que jamais poderei ser compreendido

senão, como o líquido existencial

que sou, toda esta instabilidade

que não sei, todo este infinito de possibilidades

indefiníveis

ALMA(s) GEMEA(s)

quarta-feira, 23 de maio de 2007

Abraço Gandhi à todos
























Nunca compactuei com minhas possibilidades de violência.

Parece o caminho mais curto e insatisfeito da existência.

Inspirado em Gandhi,

o meu ataque é feito de escudos espelhados:

o objetivo é que o inimigo reconheça na imagem refletida nos escudos a sua própria perda completa de razão.



---Abençoados sejam os nossos sentidos!---



[ Uirah Felipe ]

Salve! Salve!


















“Dizem que a felicidade é simples

não consigo ter consciência do nosso-todo

E me perco em detalhes

importantes e descartáveis

Na tentativa de compreender

este fascínio apaixonado

de quem admirado se espanta

e encantado se apavora”




segunda-feira, 21 de maio de 2007

Num barco eu vou sabendo...
































































... que mais importante do que saber pra onde eu vou,
é saber como eu sonho chegar até lá!








sexta-feira, 18 de maio de 2007

"um reencontro é sempre também reencontrar-se"




RECOMEÇO – e qual é o lado certo dessa vida errada?

“(...) Pois o importante nunca foi
saber exatamente O QUE SE PENSA,
mas sim, COMO SE PENSA”

Preciso saber o que é essencial em mim. E sei que já sei, mas desde criança vem se tornado cada vez mais complexo o processo de acreditar. O que no início de minha adolescência parecia ser um ponto favorável - ter tantos vínculos com tantas pessoas que me causassem admirações quaisquer – agora me parece uma teia na qual grudado, não consigo me desvencilhar nem por todas as minhas forças, é como a força que une o espaço e o tempo em um único mistério. Mas hoje me vejo preso à uma rede de mentiras que corrompe completamente a mente daqueles que eu considerava os mais pensantes da minha rede de amigos. Sempre desejei viver alguma fase da minha vida como um efetivo solitário, para quem sabe curar a infinita solidão de minha esquecida (e desconhecida) infância. Mas sempre visualizei essa fase de vida como uma fuga repentina e brusca, como um pinote de um assalto de pivetes, onde eu também corria pra me refugiar nos morros, mas no meio da floresta, em contato com o mundo à distância, como observador, pedra, montanha. Nunca consegui atingir esse meu secreto plano de auto-isolamento, mas com o passar de anos repentinos que foi a virada da secunda década de minha vida percorro as memórias na tentativa de encontrar aquele por quem sempre defendi o sonho de vir a ser. E por um lado sou pleno, por outro um fracasso. Descubro de essencial em mim toda uma série de características que fazem das minhas escolhas impulsivas toda uma série de caminhos errantes que eu fui sendo empurrado a viver, força das circunstâncias ou das escolhas? Só sei que não escolhi ser quem sou, pensar como penso.... E por algum momento dessa minha trajetória de indecisões e sede por tudo e talvez qualquer coisa, nessa minha vontade absurda de fazer parte de tudo e sonhar com os sonhos de natureza mais humanitária que minha mente conseguia criar e assim mostrar fazer nascer no mundo os meus sonhos em forma de mensagens nas entrelinhas de minha involuntária poética libertária que sempre me pega de surpresa, como avalanche silenciosa. E a casa caiu mais uma vez. E desde sempre vem sendo assim o descontrole do meu destino. A dor passou a conviver debaixo dos meus sorrisos, e o sofrimento se tornou banal diante de todas as circunstancias reais. O coração era o órgão mais machucado em meu espírito, igualzinho ao espírito do mundo. E não sei se por egocentrismo ou por sensibilidade, ou talvez pela mistura das duas coisas, sinto no que conheço do planeta um reflexo exato daquilo tudo que sou. E nisso afirmo que o céu e o mistério são uma mesma realidade, um mesmo cenário, uma mesma idéia, são um só pensamento. Não consigo deixar de entender que somos todos co-criadores da realidade. Que um só pensamento do alto da montanha é capaz de mudar toda sorte de acontecimentos na complexa rede de relações humanas de uma cidade. Como num efeito borboleta, aceito a responsabilidade que é um simples pensamento, a responsabilidade que é um simples “estar aqui”, vivo aqui, nesse espaço, esse mundo, esse tempo em que nos encontramos igualmente indissociáveis. São muitos os céus diante da física quântica. E diante da minha vida também. Sem o amor, essa palavra polêmica e inevitável que infla meu ser de capacidades infinitas, eu nada entenderia dessa responsabilidade muito maior que concordar com um grande número de pessoas, ou parecer normal à uma massa cultural qualquer. Essa responsabilidade imensa de trazer para cada passo da vida aquilo que fermentamos desde o nascimento na alma de nossos mais intensos pensamentos existenciais. Queria conseguir minha fuga de auto-isolamento de maneira simples e objetiva: dando um sumiço da minha presença no universo social, pra entrar mais em contato com meus sentidos mais fortes, os que na infância e adolescência fui confrontado mas me senti completamente vulnerável pra encarar sozinho a barra de tentar entender. Infelizmente, no entanto, a fuga não fui eu quem possibilitou, porque não saí do lugar, não me libertei, continuo escravo de rotinas hipócritas, sofrendo o sofrimento alheio que me acorda pra sofrer o meu próprio, abafado pelo meu pânico da eterna solidão da infância e adolescência, jamais curadas. Minha fuga veio através das teias de episódios que eu mesmo causei de modo a entrar num rodomoinho do tipo causado pelo meu próprio nado numa piscina redonda. Meus amigos, queridos, amados seres que compartilharam o crescimento do meu ser são hoje muito mais escravos que eu, muito mais coitados que a minha consciente solidão. Meus sonhos já não fazem parte da realidade de quase nenhum dessa minha rede de queridos. Por um lado vejo que aos poucos todos foram sendo contaminados pela onda de conformismo imposta pelo medo subliminar dos nossos estilos aculturais de vida pseudo-burguesa., ou burguesa, dependendo do ponto de vista. Por outro lado sinto que eu fui o contaminado e não meus amigos que só sorriram às minhas idéias anos atrás diante da empolgação da juventude, da abertura indeterminada de horizontes que agora artificialmente se fechavam de acordo com os conhecimentos da complexidade de todo sistema burocrático de nossa sociedade de ilusões cruéis. Arranha em mim a dor de todo o povo que parece gritar debaixo d'água, como num aquário de água bastante turva, sem ser ouvido pelas instituições capitalistas que ilusoriamente reconhecemos como autoridades, mas que camuflam sua ignorância através do joguinho democrático que só traz privilégios aos que já são privilegiados pelas forças das circunstâncias. Estou tão exausto que é como se estivesse parindo, ou sendo parido, mas talvez, e muito provavelmente, as duas coisas numa coisa só. Através de toda a dor de viver é que conheço todo o prazer de se criar. E é chorando que eu sorrio e infinitamente me recrio na balança dos paradoxos e buracos-negros das galáxias de meus mais elétricos pensamentos. Se eu fosse uma lagarta , estaria enjaulado desde a infância dentro de um casulo onde o meu mundo me impõe que é proibido borboletas. E tudo que consigo resumir é que o proibido só deveria ser mesmo proibir.

- Uirah Felipe Grano Gaspar -